O líder conservador Friedrich Merz, vencedor das eleições legislativas na Alemanha, confirmou nesta segunda-feira (24) que tentará formar uma coalizão de governo com o Partido Social-Democrata (SPD), que sofreu sua pior derrota em mais de 100 anos.
A União Democrata Cristã (CDU), liderada por Merz, e seu braço na Baviera, a União Social Cristã (CSU), alcançaram 28,6% dos votos, o que significa 208 dos 630 assentos no Parlamento. Dessa forma, os conservadores precisarão de aliados para alcançar a maioria de 316 cadeiras e conseguir governar.
"Recebemos um claro mandato e construiremos uma Grande Coalizão", declarou Merz na sede da CDU, em Berlim, acrescentando que as negociações começarão "nos próximos dias".
O SPD, do chanceler de centro-esquerda Olaf Scholz, ficou com 16,4% dos votos e viu sua bancada no Parlamento despencar de 207 para 120 cadeiras. Juntos, no entanto, a CDU/CSU e os sociais-democratas teriam 328 assentos.
As legendas rivais já governaram juntas em outras quatro ocasiões na Alemanha pós-guerra, sendo três delas durante a era de Angela Merkel, líder histórica da CDU. Além disso, a "Grande Coalizão" seria uma forma de manter o isolamento do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que dobrou seus votos e chegou a 20,8%, garantindo 152 vagas no Legislativo.
"O AfD tem exatamente o dobro dos votos da última eleição, e esse é o último sinal de alerta aos partidos de centro. Estou determinado a aproveitar este sinal e a realizar negociações construtivas e velozes com o SPD", declarou Merz.
Meloni parabeniza Merz
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, conversou por telefone com o líder conservador Friedrich Merz, vencedor das eleições legislativas na Alemanha.
A política parabenizou o colega pela vitória e "confirmou sua esperança de poder intensificar ainda mais as já excelentes relações bilaterais" com Berlim.
"Meloni expressou sua disposição de trabalhar imediatamente em contato próximo para fortalecer a segurança e relançar a competitividade da Europa e enfrentar os muitos desafios comuns, começando pela luta contra a imigração irregular", informou o Palazzo Chigi.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA