As autoridades do norte da Itália entraram em alerta vermelho nesta segunda-feira (20) por conta da estiagem no Rio Pó, maior curso d'água do país em extensão, com mais de 650 quilômetros.
O alerta foi declarado pela Autoridade da Bacia do Pó, enquanto o governo italiano estuda decretar um estado de emergência para fornecer ajuda a quem corre o risco de perder grande parte da colheita e para disponibilizar recursos.
Com a falta de chuva e o agravamento da seca, dezenas de cidades no norte da Itália estão avaliando a possibilidade de promover um racionamento de água, com a proibição de enchimento de piscinas e o uso de água apenas para necessidades primárias.
Hoje, o governo nacional se reuniu no Palazzo Chigi para debater a crise, e, segundo o ministro da Agricultura da Itália, Stefano Patuanelli, haverá uma atualização a nível político nos próximos dias. "A situação é delicada", disse ele.
O tema também será discutido durante uma conferência das regiões, com a presença do chefe da Defesa Civil, Fabrizio Curcio. A ideia é pedir a disponibilização de fundos para a construção de novos reservatórios, além de decretos para evitar o desperdício de água.
Segundo a Autoridade da Bacia do Pó, o rio enfrenta sua pior estiagem "dos últimos 70 anos" e pode ser visto a olho nu. Em Pontelagoscuro, nas proximidades de Ferrara, a água chegou a 180 metros cúbicos por segundo, como um pequeno rio.
Uma das preocupações é que quanto menos água houver na parte final do rio, mais agressivo o mar se torna e sobe, fazendo a água do rio inútil para irrigação por ser salgada, mas também criando muitos outros problemas para o ecossistema.
"Atingidos esses níveis, toda decisão traz consigo margens críticas, mas o objetivo é minimizar ao máximo os danos enquanto se aguardam potenciais acréscimos istrativos aos territórios e órgãos governamentais", disse o secretário de Autoridade da Bacia, Meuccio Berselli.
De acordo com Berselli, do ponto de vista do abastecimento de água potável, "a atenção é muito grande e estamos prontos para intervir com os camiões-cisterna, principalmente no Piemonte, onde o alerta diz respeito a 145 municípios, em especial na zona de Novara, no Ossolano e onde o nível do Lago Maggiore caiu um metro nos últimos três dias".
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