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Papa expressa preocupação com conflito no Congo

Francisco pediu empenho internacional por solução pacífica

Menino em veículo da ONU incendiado durante combates em Kivu do Norte, no Congo

Redação Ansa

(ANSA) - O papa Francisco expressou nesta quarta-feira (29) "preocupação" com as hostilidades na República Democrática do Congo (RDC), onde os combates entre o Exército e a milícia M23 já deixaram mais de 100 mortos e mil feridos em Goma, na fronteira com Ruanda, nos últimos dias.
    Ao fim da audiência geral, o líder da Igreja Católica exortou "todas as partes em conflito a se empenhar pela cessação das hostilidades e pela proteção da população civil de Goma e de outras zonas afetadas pelas operações militares".
    "Expresso minha preocupação pelo agravamento da situação de segurança na República Democrática do Congo. Enquanto rezo pelo imediato restabelecimento da paz e da segurança, convido as autoridades locais e a comunidade internacional a um máximo empenho para resolver a situação com meios pacíficos", salientou.
    Com apoio militar de Ruanda, o M23, grupo formado majoritariamente por desertores do Exército, promove uma ofensiva na província de Kivu do Norte, região rica em recursos minerais e palco de conflitos recorrentes há mais de três décadas.
    A milícia e soldados ruandeses entraram na noite de domingo (26) no centro de Goma, uma metrópole de mais de 1 milhão de habitantes e com um número semelhante de pessoas deslocadas.
    A RDC e Ruanda mantêm relações hostis há várias décadas, situação que se intensificou na esteira do genocídio contra os tutsis em 1994. Paul Kagame, herói da libertação contra os genocidas, assumiu o poder em 2000 e não deixou mais o cargo, sendo acusado por Kinshasa de querer tomar posse das riquezas minerais do Kivu do Norte, o que ele nega.
    Kigali, por sua vez, alega que os combates entre o M23 e o Exército congolês representam uma ameaça à segurança e à integridade territorial do país, justificando a participação ruandesa no conflito.
    A milícia chegou a ocupar Goma no fim de 2012, mas foi derrotada pelo Exército e assinou um acordo de paz em 2013. O grupo, no entanto, voltou à ativa no fim de 2021. (ANSA).
   

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