Mais de 200 pessoas foram presas durante protestos na Califórnia contra as políticas anti-imigrantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no último fim de semana.
A polícia confirmou pelo menos 150 detenções em Los Angeles e outras 60 em San Francisco, enquanto a oposição acusou o republicano de autoritarismo por mobilizar 2 mil soldados da Guarda Nacional para reprimir manifestantes.
"Pedi formalmente ao governo Trump que revogue o deslocamento ilegal de tropas ao condado de Los Angeles e que as restitua ao meu comando", declarou o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, tido como possível presidenciável nas eleições de 2028.
"Não havia problemas até que Trump interveio. Essa é uma grave violação da soberania estadual que alimenta as tensões e subtrai recursos de onde são efetivamente necessários", acrescentou Newsom, que acusou o presidente de agir como um "ditador" e de "criar caos". O governador também entrará com uma ação judicial contra o uso da Guarda Nacional.

Já a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também democrata, disse que a presença da Guarda Nacional gerou um "caos intencional" na cidade. "Parece que as tropas foram mobilizadas de maneira provocatória", salientou.
Lar de uma das maiores comunidades latinas dos EUA, a metrópole tem sido palco de protestos contra as medidas anti-imigrantes do governo Trump. Durante as manifestações do último fim de semana, houve confrontos com a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo e balas de borracha, deixando diversos feridos, incluindo o fotojornalista britânico Nick Stern e a jornalista australiana Lauren Tomasi, atingida por um agente enquanto fazia uma transmissão ao vivo.
A ANSA também constatou que soldados da Guarda Nacional dispararam balas de borracha na altura dos olhos e nas pernas de manifestantes em Los Angeles no domingo.
Já Trump ordenou que todos os indivíduos mascarados fossem presos, enquanto o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, acenou com a possibilidade de enviar 500 fuzileiros navais da Marinha para Los Angeles.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reagiu à repressão contra os protestos e disse que os fluxos de imigrantes "não deveriam ser enfrentados com ataques e violência". "Não estamos de acordo com essa maneira de tratar o fenômeno migratório", declarou.
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