(ANSA) - O papa Francisco presidiu nesta terça-feira (1º) uma inédita Vigília Penitencial, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, e voltou a pedir perdão por todos os casos de abusos e os pecados da Igreja Católica.
"Pedimos perdão por todos os nossos pecados, ajuda-nos a restaurar o teu rosto que desfiguramos com a nossa infidelidade. Pedimos perdão, sentindo vergonha, àqueles que foram feridos pelos nossos pecados", declarou.
O Pontífice apresentou uma oração, apelando pela "coragem do arrependimento sincero para uma conversão autêntica".
Durante a vigília, os participantes ouviram o testemunho de um sobrevivente de abusos sexuais, de uma migrante africana e de uma vítima da guerra na Síria.
Na sequência, sete cardeais tomaram a palavra para deixar um pedido de perdão por atos contra a paz e a vida humana, a natureza, os migrantes e povos indígenas, as mulheres e jovens, as vítimas de abusos sexuais e de poder, os pobres e pelas justificações doutrinais para "tratamentos desumanos", bem como as falhas na sinodalidade.
Jorge Bergoglio, por sua vez, disse que "quis escrever os pedidos de perdão que foram lidos por alguns cardeais, porque era necessário chamar pelo nome e sobrenome os nossos principais pecados".
"Ninguém se salva sozinho, mas é igualmente verdade que o pecado de um tem efeitos sobre muitos: assim como tudo está ligado para o bem, também está ligado para o mal", enfatizou ele.
O Santo Padre também questionou "como podemos ser credíveis na missão se não reconhecermos os nossos erros e não nos baixarmos para curar as feridas que causamos com os nossos pecados" Para ele, "a cura da ferida começa pela confissão do pecado que cometemos".
Durante a vigília penitencial, o cardeal norte-americano Sean Patrick O'Malley também pediu perdão, se sentindo envergonhado, "por todas as vezes em que nós, fiéis, fomos cúmplices ou cometemos diretamente abusos de consciência, abusos de poder e abusos sexuais".
"Quanta vergonha e dor sinto especialmente ao considerar o abuso sexual cometido contra menores e pessoas vulneráveis, que roubou a inocência e profanou a sacralidade daqueles que são fracos e indefesos", concluiu O'Malley. (ANSA).