(ANSA) - O Irã disse nesta quarta-feira (5) que está de "braços abertos" para receber o papa Francisco em uma eventual visita a Teerã e propôs uma conferência de paz com todos os líderes religiosos do mundo, na tentativa de "evitar muitas guerras no futuro".
Em entrevista coletiva após uma audiência com o Pontífice no Vaticano, o embaixador do Irã na Santa Sé, aiatolá Mohammad Hossein Mokhtari, destacou que "seria uma honra" para todos receber Francisco e sempre tentou "fazer isso acontecer".
"Ele é uma pessoa especial, uma pessoa que respeita o Irã e outras nações. Há essa intenção de ambos os lados para a viagem", itiu, apesar de explicar que, como embaixador, acha que seria melhor convidar primeiro o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, por ocasião das celebrações que em breve serão realizadas no Irã pelos 70 anos das relações diplomáticas.
Mokhtari lembrou que o Irã sempre transmitiu as palavras do argentino no seu território, porque são uma mensagem religiosa, "são as palavras de todas as pessoas verdadeiramente religiosas".
Além disso, reforçou que a posição tomada por Jorge Bergoglio em relação à Palestina foi apreciada, assim como a postura positiva sobre a questão do programa nuclear iraniano e o acordo JOA de 2015.
"Apreciamos as palavras do Santo Padre sobre o diálogo inter-religioso. Todas as suas palavras são verdadeiramente preciosas para nós. Há uma frase do papa Francisco que eu gosto muito, que 'o diálogo inter-religioso faz o ódio desaparecer, reduz as distâncias, ajuda a compreensão mútua'. Esta é uma mensagem religiosa e divina. Há muitos pontos em comum entre nós e o pensamento dele", garantiu.
Por fim, o embaixador iraniano propôs ao argentino uma conferência de paz com todos os líderes religiosos do mundo, na tentativa de "evitar muitas guerras no futuro".
"Na última audiência que tivemos com o Santo Padre, propusemos a realização de uma Conferência de Paz com todos os líderes religiosos. Poderia ser a primeira cúpula realizada por todos os líderes religiosos do mundo. Na minha opinião, se for realizada, será mais importante do que as Nações Unidas", afirmou o diplomata, enfatizando que a reunião "poderá evitar muitas guerras no futuro".
Mokhtari explicou à imprensa italiana que a ideia foi dele, não do Guia Supremo do Irã, e ressaltou que o líder da Igreja Católica "gostou e apreciou muito". "Acreditamos que o papa Francisco é um dos líderes mais importantes, uma das pessoas que promoveram o avanço deste diálogo inter-religioso", justificou.
Segundo o embaixador iraniano, "se esta conferência com todos os líderes religiosos do mundo de muitas nacionalidades se realizar no futuro, certamente terá um resultado brilhante". (ANSA).
Irã diz estar de 'braços abertos' para receber papa Francisco
Embaixador do país propôs uma cúpula de paz com religiosos