(ANSA) - O hacker Walter Delgatti Neto foi condenado a 20 anos e um mês de prisão por invasão de celulares e vazamento de mensagens de autoridades.
A sentença foi dada pelo juiz substituto Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, no âmbito da Operação Spoofing, que investigou vazamentos de conversas de agentes ligados à Operação Lava Jato.
"Seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social, bastando verificar as contas que tiveram conteúdo exportado", disse a sentença.
O texto também aponta a recorrência das atividades ilícitas: "É reincidente, conforme comprova sua ficha criminal e possui outros registros penais. A amplitude das vítimas é imensa e poderia render inúmeras ocasiões de extorsões. É inequívoca a posição como líder da organização criminosa, utilizando-se de facilidades que cada um dos denunciados poderia lhe proporcionar.".
Os indícios de tentativa de venda do material à imprensa por R$ 200 mil também foram usados para embasar a condenação.
O conteúdo deu origem à série de reportagens conhecida como Vaza Jato, com publicação inicialmente pelo site The Intercept Brasil e posteriormente por outros veículos de imprensa brasileiros.
Outras quatro pessoas que agiram com Delgatti também foram condenadas na Operação Spoofing: Gustavo Henrique Elias Santos, a 13 anos de prisão; Thiago Eliezer Martins Santos, a 18 anos; Suelen Priscila de Oliveira, a seis anos; e Danilo Cristiano Marques, a 10 anos.
Delgatti já está preso preventivamente por suspeita de ter sido pago pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas eletrônicos do Poder Judiciário e tentar demonstrar fragilidades técnicas nas urnas eletrônicas. (ANSA).